terça-feira, 15 de setembro de 2009

Só o perdão traz Felicidade.

O termo ‘ perdoar ’ vem do latim medieval ‘ perdonet ’ e subentende a remissão de pena ou ofensa, desculpa ou indulto. Superar algum evento traumático ou ‘ passar a borracha ’ ainda é considerado, no entanto, uma das atitudes mais desafiadoras para o homem. Jorge Forbes, psicanalista e psiquiatra, diz que o perdão é “uma ação derivada do superego, nosso sistema internalizado de compromisso social. O benefício de pedir perdão pode ser duplo: tanto para quem pede, pois diminui a sensação de culpa, como para quem perdoa, pois renova a esperança”.

Atualmente, muitas iniciativas militam a favor do perdão. O bispo africano Desmond Tutu escreveu, na introdução do livro ‘ Exploring Forgiveness ’ ( Explorando o Perdão ) que “ perdoar é uma necessidade absoluta para a continuidade da existência humana ”. O autor da obra, o psicólogo norte-americano Robert Enright, é diretor do Instituto Internacional do Perdão, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, e coordena uma pesquisa sobre a terapia do perdão. Além da conquista emocional, estudos indicam efeitos benéficos do ato, como tratamento de dores crônicas nas costas, redução da pressão sanguínea e do nível de cortisol (hormônio liberado em resposta ao estresse).

Em 2003, um estudo no centro médico da Universidade de Duke, aplicou em 58 pacientes uma técnica budista para estimular o perdão. A pesquisa mostrou que as pessoas que sentiam dores crônicas nas costas sentiam menos o incomodo quando conseguiam perdoar as pessoas que as magoaram. O grupo estudado apresentou ainda menos transtornos psicológicos, como raiva e depressão, em relação àqueles não perdoavam os desaforos. Na mesma época, a Universidade Estadual de Idaho associou a prática do perdão a uma baixa na pressão sanguínea e no nível de cortisol em 98 pessoas analisadas.

Tocando em frente

A vida de Massataka e Yolanda Keiko sofreu uma brusca mudança em 29 de agosto de 1997. Naquela manhã, o filho do casal, Ives Ota, à época com 8 anos, foi seqüestrado por três homens enquanto brincava na sala de sua casa, sendo morto no mesmo dia por reconhecer um dos seqüestradores. O crime, ocorrido em São Paulo, teve grande repercussão nacional.

Apesar da dor, o casal Ota criou a Fundação Ives Ota, ONG que se dedica a ajudar e orientar crianças, jovens e famílias, vítimas da violência. Massataka e Keiko ainda lideram o Movimento da Paz e Justiça Ives Ota, que tem por objetivo conscientizar a população de que apenas o perdão trará felicidade ao ser humano. “ Acreditamos que a essência do homem é divina, porém o que camufla essa essência é o sentimento de ódio e mágoa.”, afirma Ota que, desde setembro de 2008, comanda uma campanha para que o dia 30 de agosto se torne o Dia Universal do Perdão.

Na ocasião do trauma sofrido pela família Ota, o pai do pequeno Ives declarou que “ não existe nada pior do que perder um filho, porém não há outro caminho senão perdoar ”. A lição que podemos tirar...

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