sábado, 12 de setembro de 2009

Como as emoções afetam nossa beleza?

Tem dia em que acordamos simplesmente lindas, a mulher mais atraente do mundo. Em outros, desejamos nem levantar da cama para evitar aquele rosto acabado. Afinal de contas, o que é a beleza emocional?

Têm dias em que, definitivamente, nós mulheres não acordamos bem, nenhuma roupa parece servir, o cabelo não colabora e a palavra “ linda ” passa longe dos nossos sentidos. Mas, felizmente, também temos dias de glória, e como num passe de mágica, há dias em que acordamos nos sentindo bem, bonitas e até mais leves. Por que isso acontece? Até que ponto o nosso estado emocional influencia na visão que temos sobre nós mesmas?

Para começar a esclarecer a questão, conversamos com a psicoterapeuta Lia Padovan; ela explica que o assunto é complexo e tem raízes profundas,
fixadas desde os nossos primeiros anos de vida: “ A visão que uma pessoa tem de si mesma se forma desde que nascemos, nós vamos nos conhecendo e nos reconhecendo primeiro através da visão de nossos pais e de quem nos criou ”.

Lia conta que, na medida em que vamos nos desenvolvendo, a nossa convivência com outras pessoas e o nosso processo de socialização vai se ampliando pouco a pouco, com os irmãos, os amigos, na escola, posteriormente no trabalho e nas relações afetivas. Assim, estamos sempre nos relacionando e nos comunicando, e é dessa convivência que surgem as bases das nossas impressões sobre nós, que se fixam no nosso inconsciente e posteriormente afetarão nas visões que teremos sobre nós. É desta forma que criamos nossa autoimagem.

E é justamente durante essa formação que ocorrem os distúrbios: “ Nos diferentes contextos em que vamos nos desenvolvendo, podemos ouvir comentários muito parecidos de diferentes pessoas, sendo alguns mais
significativos do que outros, alguns podem ser ruins ou diferentes dos da maioria ”. A psicoterapeuta ressalta que nestes momentos em que ouvimos críticas e observações ruins, a influência e o papel da família são muito importantes.

“ É através da família que construímos um sistema de crenças, valores e significados sobre nós, herdados ou transmitidos de geração pra geração ”.

A nossa visão e nossa avaliação sobre nós muda constantemente, e são muitas as variáveis biopsicossociais que vão interferir neste processo: são inúmeras alterações biológicas e bioquímicas, os altos e baixos do nosso sistema endócrino, os neurotransmissores, as oscilações hormonais em
dias que antecedem o período menstrual e até mesmo o estresse e a ansiedade por conta de fatores externos.

" Acreditar em Deus pode ajudar a acabar com a ansiedade, segundo um estudo da Universidade de Toronto, no Canadá. Quanto mais fé os voluntários tinham, mais tranquilos eles se mostravam diante das tarefas "

O X da beleza emocional

De acordo com o neurologista Antônio Spina França Neto - professor emérito do Departamento de Neurologia da USP, a “ beleza emocional ” é um
fruto do estado das nossas relações afetivas, quando nos vemos de forma negativa ( uma imagem irreal ), isso é resultado de uma série de fatores emocionais.

“ Ocorre uma patologia mental, no qual a pessoa se vê de forma diferente do que realmente é, ela passa a ter uma visão distorcida dela mesma. Isso ocorre tanto por transtornos pessoais e interpessoais afetivos, estresse e problemas econômicos relevantes, que causam preocupação ”.

Antônio lembra ainda que quando a mulher tem uma vida muito sofrida, o próprio semblante dela mostra um estado alterado para a negatividade e o peso das emoções sobre a expressão. Podem ocorrer também distúrbios nas cargas hormonais.

“ O chamado Eixo Hipotálamo é a glândula responsável por enviar as cargas que alteram nossos hormônios, é exatamente ali que fica o centro das emoções. Logo, se há algum excesso, nossa mente é afetada e o estado emocional se modifica ”, explica o neurologista.

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