terça-feira, 15 de setembro de 2009

Educar: Um ato de Amor

Por Tia Dag

Se me perguntarem por que faço tudo o que faço, por que trabalho como uma louca, direi sem pestanejar que é por amor. Trabalho por amor. Educação é amor. Toda a minha vida, privada ou pública, familiar ou profissional, só vale proporcionalmente ao amor que nela coloquei ou encontrei. Educar pra mim não se restringe a um dever. Educo por amor. Ao amor não damos ordens, não podemos comandá-lo. Quanto mais colocamos amor no ato de educar menos ele se torna uma obrigação.

Como poderia escolher entre meus vários amores – minha neta, meu filho, meu marido, minha equipe de trabalho, as crianças e os jovens? Enquanto o dever de ensinar é pra mim uma obrigação, o amor de ensinar é a plena liberdade. É claro que dever e amor se complementam. Ambos são necessários. O amor é o próprio bem, já o dever é uma imposição da nossa consciência. O ato do amor de educar é dar-se a si mesma. Qual mãe alimenta o filho por dever?

O ato generoso de escutar uma criança, de sentir seus medos e sonhos, faz do educador um privilegiado. Parar a aula, parar o pensamento pra dar atenção a um pequenininho é tão essencial quanto escutar o barulho de uma folha caindo. O educador que conquista o silêncio amoroso com seus alunos atinge o amor quieto. A partir desse momento, ele não precisará mais gritar.

A sedução, o encanto, o despertar da natureza de cada aluno são atos de amizade que a educação oferece. Amar uma criança é praticar de bom grado todos os meus deveres de educadora para com ela. Você não pode dizer que devemos fazer alguma coisa pelas crianças pobres, porque o mandamento de que devemos é em si contraditório, o amor não é um mandamento, é um ideal que nos guia e nos ilumina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores

Arquivo do blog