terça-feira, 15 de setembro de 2009

Receber para compartilhar.

A Kabbalah é baseada nos ensinamentos do Livro do Zohar, escrito há cerca de 2 mil anos por Rav Shimon Bar Yochai. Segundo o Zohar, o mundo está interligado como uma rede. Tudo está interconectado, e nada acontece por acaso. O universo é regido por leis espirituais precisas, de causa e efeito, ação e reação. Tudo o que ocorre em nossas vidas foi causado por acontecimentos anteriores – seja nesta vida ou em vidas passadas. Estamos colhendo hoje o que plantamos no passado. Somos responsáveis por tudo que acontece em nossas vidas. Assim, a Kabbalah ensina que podemos ter uma vida melhor e um controle de nosso destino através do entendimento das leis espirituais que governam o mundo. E por ser uma sabedoria universal, qualquer pessoa pode estudar o Zohar e aplicar seus ensinamentos no dia-a-dia, independente de origem ou credo.

A palavra Kabbalah significa “ receber ". A Kabbalah, portanto, é um sistema espiritual que nos ensina a receber energia em nossa vida, de forma equilibrada e duradoura, através de uma vida em harmonia e sintonia com as leis espirituais. “Receber para compartilhar” é um dos principais lemas do Zohar. Segundo o livro sagrado, o Criador é uma força infinita de compartilhar o bem. Os cabalistas chamam esta força de “Luz”. Assim como a luz do sol ou a luz física, esta Luz metafísica e espiritual que emana do Criador tem a característica de se expandir e compartilhar infinitamente. A humanidade e todo o universo que percebemos surgiram como o Receptor criado para que a Luz pudesse manifestar sua essência de compartilhar o bem. Fomos criados para receber o bem infinito, e proporcionar ao Criador a satisfação de compartilhar conosco.

Sendo assim, como pode existir o mal, a dor e o sofrimento? A resposta está naquilo que os cabalistas chamam de “Pão da Vergonha”. O “Pão da Vergonha” é o sentimento percebido por uma pessoa que recebe algo bom sem ter feito nada para merecer. É um embaraço que o recebedor sente e que o impede de encarar o seu benfeitor. Foi isto que nós sentimos antes de o mundo físico ser criado. Fomos criados para receber plenitude, mas não tínhamos feito nada para merecer este bem. Por isso, dissemos ao Criador que nossa satisfação só seria completa se pudéssemos ser a causa dela, e não um mero efeito. A Luz então se restringiu, e o mundo físico foi criado. O universo é o espaço que precisamos para expressar o livre arbítrio e ser a causa de nossa própria plenitude. Aqui, a Luz do Criador está oculta por trás de cortinas metafísicas, e nosso trabalho é desvendar esses véus e revelar a Luz. Cada vez que transformamos nossa consciência egoísta e nos tornamos proativos, compartilhando com os outros, criamos uma afinidade com a Força da Luz do Criador e trazemos plenitude para nossas vidas.

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