segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Paraíso ou inferno?

A maioria dos seres humanos tem passado toda a vida debatendo-se entre estes dois símbolos: o inferno e o paraíso. É claro que todos anseiam pelo paraíso, e muitos estão convictos de que ele é um lugar perfeito, para onde iremos após a morte e no qual a dor e o sofrimento são inexistentes.
Entretanto, se observarmos com atenção, podemos perceber que as características que definem ambos os lugares coexistem o tempo todo aqui mesmo em nosso planeta.

Se considerarmos que o inferno é um estado onde a luz se encontra momentaneamente ausente e o paraíso, a condição em que ela brilha em toda a intensidade, podemos inferir que eles se referem ao nosso próprio interior.

Quanto mais identificados estivermos com a negatividade e os sentimentos que ela faz brotar em nós, como: a mágoa, o ódio, o desejo de vingança, mais fortemente experimentaremos o inferno.

O sentimento de vitima também é um componente essencial do inferno interior, pois ele nos paralisa num estado de permanente lamentação, e nos faz jogar sobre o mundo a responsabilidade de nossa infelicidade.

Quando, ao contrário, mudamos de rota e nos conectamos com o bem, a luz e a capacidade de transmutar qualquer evento, por mais negativo que seja, em uma oportunidade de crescimento interior, passamos a vivenciar o outro pólo e descobrirmos que é possível experimentar o paraíso no presente, ao invés de esperar por ele como uma promessa a ser alcançada apenas num futuro distante.

"A vida tem que ser cuidada muito realisticamente. Vocês tem de ver dentro dos seus problemas, vocês tem de ir para suas verdadeiras raízes, vocês tem de queimar a verdadeira raiz de seus problemas....
Vocês estavam procurando por um paraiso?

É o que as pessoas tem estado fazendo por muitas gerações. Elas não mudam a si mesmas, elas procuram por um paraíso, mas onde quer que elas vão elas criarão o inferno.
Elas são o inferno. A questão não é encontrar o paraíso em algum lugar. A menos que você já o tenha em você, não o encontrará em nenhum outro lugar.
Anubodhi me contou uma bela parábola:

Uma vez eu conheci um homem que havia ganho uma viagem com todas as despesas pagas para ambos, o paraíso e o inferno. Perguntaram-lhe onde ele gostaria de ir primeiro. "Eu gostaria de visitar o inferno primeiro, ele respondeu. E então foi providenciado.

Chegando ao inferno, uma grande visão surpreendeu seus olhos. Ele encontrou a si mesmo em um grande banquete, no qual longas mesas estavam repletas de todos os tipos de comida imagináveis.
As pessoas se sentavam ao longo das mesas, garfos pousados sobre a comida, que era cozida deliciosamente e enchia o ar com os mais tentadores aromas - mas ninguém estava comendo.
O homem ficou surpreso, mas quando ele olhou mais perto ele observou que as pessoas estavam todas sofrendo de uma estranha paralisia do cotovelo. Tentavam bravamente, mas elas não podiam levar a comida as suas bocas.

Então isto é o inferno, o homem pensou, viver em um universo abundante, abundante com tudo que uma pessoa poderia necessitar ou desejar, mas privar-se no meio da fartura, incapaz de satisfazer a si mesmo.
Saindo para fora, o homem pediu para se transportado para o paraiso. No paraíso, ele viu o mesmo grande banquete no hall, repleto com as mesmas longas mesas, recobertas com a mesma deliciosa comida. Olhando mais de perto ele notou que as pessoas estavam sofrendo de mesma paralisia do cotovelo.

"Este é o paraíso"!, ele chorou, quase gritando. Mas, depois de uma inspeção mais próxima ele notou uma diferença: Ele viu que entre o paraíso e o inferno havia uma pequena paricularidade a qual fez toda a diferença. O que ele viu foi que no paraíso eles estavam cada um alimentando o outro.
Eles estavam paralisados do mesmo modo, mas eles estavam alimentando ao outro. Era impossível trazer a comida para suas próprias bocas, mas era possível nutrir os outros, e os outros os estavam nutrindo.

Esta era a única diferença. Mas a diferença é interior. Compaixão tem de despertar. A menos que você seja um bodhisattva, onde quer que você esteja você se sentirá no inferno. Quando a paixão é transformada em compaixão... então, onde quer que você esteja, você estará no paraíso. Este é o único paraíso que há".
Osho, O sutra diamante



Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga,

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