Quem cravou a segunda alternativa é bom repensar no assunto.
Uma nova safra de estudos comprova que os casados são mais saudáveis e vivem mais.
E, se você sair pedalando por aí, de preferência em boa companhia, nem se fala
Um dos conselhos que Vinicius de Moraes dava aos amigos era: "Ame, porque nada melhor para a saúde do que um amor correspondido".
E não é que o poetinha estava certo?
Novas pesquisas confirmam que manter um relacionamento feliz é tão importante para viver saudável quanto a prática de atividades físicas.
Um desses estudos, realizado pelo Centro de Estatísticas em Saúde dos Estados Unidos, mostra que os apaixonados vivem mais e sofrem menos de problemas cardíacos e depressão.
"Os integrantes de um casal passam a cuidar um do outro e ficam mais tempo em casa. Com isso diminuem o consumo de drogas e álcool sem contar os níveis de estresse", ressalta a psicóloga Denise Gimenez Ramos, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Ter um casamento feliz ajuda o corpo a combater com mais eficiência o vírus da gripe, garante um outro estudo, feito pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra.
Os pesquisadores examinaram o nível de anticorpos em parceiros que se davam bem e notaram um aumento dessas substâncias no sangue — sinal inequívoco de que o sistema imunológico está apto a combater infecções.
Veja como funciona o círculo virtuoso:
"Sentir-se amado favorece a auto-estima e aumenta a sensação de felicidade e bem-estar.
Tudo isso fortalece o sistema de defesa do organismo", explica a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente do Isma-BR, entidade internacional de estudo sobre o estresse.
Mas vamos levar a sério a pergunta jocosa que dá título à reportagem.
Ninguém nega os benefícios da bicicleta.
Afinal, pedalar ajuda a manter a forma e a exercitar o corpo, enquanto o casamento, temos que reconhecer, engorda, como mostra um levantamento publicado na prestigiada revista científica inglesa The Lancet.
Nas mulheres o ganho de peso começa logo na lua-de-mel.
Querendo agradar o cônjuge, elas trocam seus hábitos alimentares pelos pratos prediletos de sua cara metade.
"Mesmo aquelas acostumadas a comidas leves, como salada, passam a seguir a alimentação do marido, normalmente atraído por receitas calóricas, ricas em gordura e proteína animal", disse à SAÚDE! David Haslam, autor do estudo.
Depois de algum tempo de convivência a situação se inverte. São as mulheres que passam a influenciar o parceiro e o convencem a adotar uma dieta mais saudável.
O problema é que eles extrapolam na quantidade e acabam ganhando alguns quilos, mas nada que chegue a atrapalhar a saúde.
A pesquisa foi feita pela Universidade de Newcastle, da Inglaterra, e revelou esse padrão de comportamento alimentar em milhares de casais que dividem o mesmo teto, em várias partes do mundo.
O jornalista Denis Russo, 33 anos, e sua mulher, a designer Joana Amador, 29, que moram em São Paulo, resolveram se casar e comprar não uma, mas duas bicicletas.
E, desde que estão juntos, ou seja, há três anos, só se deslocam sobre duas rodas.
Eles gostam de pedalar grandes distâncias e passam horas percorrendo a cidade, embora ela seja desprovida de ciclovias.
"Já conhecemos a França e o Vietnã pedalando", conta Russo.
Ah, a saúde do casal vai muito bem, obrigado.
Se você tem medo de engordar e já está imaginando que em nome da elegância é melhor ficar sozinho, atenção.
Lembre-se do outro lado da moeda com o estudo realizado pela Universidade de Warwick, também na Inglaterra.
Segundo seus autores, permanecer solteiro pode ser tão prejudicial à saúde, quanto fumar.
As pessoas sozinhas correm de três a cinco vezes mais risco de morrer de infarto e outros problemas do coração.
" Os solteiros são mais estressados, bebem muito álcool porque saem freqüentemente com os amigos, comem demais e trabalham além da conta ", justifica a psicóloga Ana Maria.
Como nem só de amor vive o homem, o número de bicicletas vendidas no país em um ano é dez vezes maior do que o de casamentos.
Foram mais de 5 milhões de " magrelas " comercializadas em 2005 — o Brasil é o terceiro mercado consumidor desse meio de transporte.
Para se ter idéia, o número de uniões civis foi de cerca de 450 mil no mesmo período.
Sobre o casamento, bem, uma pesquisa do IBGE revela que estamos nos casando cada vez mais tarde.
Em 1991, o homem se unia em matrimônio com 27 anos em média e a mulher, com 23,7.
Em 2002 a idade média deles subiu para 30,3 anos e a delas para 26,7 anos.
"Mas não pense que casar está fora de moda ".
Ao contrário, as pessoas cada vez dão mais valor aos relacionamentos, observa Elisabete Dória Bilac, socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos Populacionais da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A especialista explica que as mudanças de comportamento nos últimos anos tornaram as pessoas mais conscientes dos problemas decorrentes do matrimônio.
Daí elas se preparam, e muito bem, antes de assumir um compromisso.
" Um casamento não é mais uma obrigação social e, sim, uma escolha ", completa.
FAÇA OS DOIS.
Depois de tudo isso, a conclusão a que se chega é de que, para se levar uma vida realmente saudável, o melhor mesmo é casar-se e comprar uma bicicleta.
A atividade física só faz bem, pois reduz o risco de diversas doenças e, de quebra, aumenta a produção de serotonina, o hormônio da felicidade.
Um bom casamento alivia as pressões do dia-a-dia e, cá entre nós, nada melhor para viver feliz do que ter um grande amor.
Se é assim, por que não unir o útil ao agradável?
Chame seu parceiro para pedalar com você.
Assim vocês se divertem juntos, estreitam os laços e... cuidam da saúde!
terça-feira, 18 de agosto de 2009
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