terça-feira, 18 de agosto de 2009

Caso ou compro uma bicicleta?

Quem cravou a segunda alternativa é bom repensar no assunto.

Uma nova safra de estudos comprova que os casados são mais saudáveis e vivem mais.

E, se você sair pedalando por aí, de preferência em boa companhia, nem se fala

Um dos conselhos que Vinicius de Moraes dava aos amigos era: "Ame, porque nada melhor para a saúde do que um amor correspondido".

E não é que o poetinha estava certo?

Novas pesquisas confirmam que manter um relacionamento feliz é tão importante para viver saudável quanto a prática de atividades físicas.

Um desses estudos, realizado pelo Centro de Estatísticas em Saúde dos Estados Unidos, mostra que os apaixonados vivem mais e sofrem menos de problemas cardíacos e depressão.

"Os integrantes de um casal passam a cuidar um do outro e ficam mais tempo em casa. Com isso diminuem o consumo de drogas e álcool sem contar os níveis de estresse", ressalta a psicóloga Denise Gimenez Ramos, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Ter um casamento feliz ajuda o corpo a combater com mais eficiência o vírus da gripe, garante um outro estudo, feito pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra.

Os pesquisadores examinaram o nível de anticorpos em parceiros que se davam bem e notaram um aumento dessas substâncias no sangue — sinal inequívoco de que o sistema imunológico está apto a combater infecções.

Veja como funciona o círculo virtuoso:

"Sentir-se amado favorece a auto-estima e aumenta a sensação de felicidade e bem-estar.

Tudo isso fortalece o sistema de defesa do organismo", explica a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente do Isma-BR, entidade internacional de estudo sobre o estresse.

Mas vamos levar a sério a pergunta jocosa que dá título à reportagem.

Ninguém nega os benefícios da bicicleta.

Afinal, pedalar ajuda a manter a forma e a exercitar o corpo, enquanto o casamento, temos que reconhecer, engorda, como mostra um levantamento publicado na prestigiada revista científica inglesa The Lancet.

Nas mulheres o ganho de peso começa logo na lua-de-mel.

Querendo agradar o cônjuge, elas trocam seus hábitos alimentares pelos pratos prediletos de sua cara metade.

"Mesmo aquelas acostumadas a comidas leves, como salada, passam a seguir a alimentação do marido, normalmente atraído por receitas calóricas, ricas em gordura e proteína animal", disse à SAÚDE! David Haslam, autor do estudo.

Depois de algum tempo de convivência a situação se inverte. São as mulheres que passam a influenciar o parceiro e o convencem a adotar uma dieta mais saudável.

O problema é que eles extrapolam na quantidade e acabam ganhando alguns quilos, mas nada que chegue a atrapalhar a saúde.

A pesquisa foi feita pela Universidade de Newcastle, da Inglaterra, e revelou esse padrão de comportamento alimentar em milhares de casais que dividem o mesmo teto, em várias partes do mundo.

O jornalista Denis Russo, 33 anos, e sua mulher, a designer Joana Amador, 29, que moram em São Paulo, resolveram se casar e comprar não uma, mas duas bicicletas.

E, desde que estão juntos, ou seja, há três anos, só se deslocam sobre duas rodas.

Eles gostam de pedalar grandes distâncias e passam horas percorrendo a cidade, embora ela seja desprovida de ciclovias.

"Já conhecemos a França e o Vietnã pedalando", conta Russo.

Ah, a saúde do casal vai muito bem, obrigado.

Se você tem medo de engordar e já está imaginando que em nome da elegância é melhor ficar sozinho, atenção.

Lembre-se do outro lado da moeda com o estudo realizado pela Universidade de Warwick, também na Inglaterra.

Segundo seus autores, permanecer solteiro pode ser tão prejudicial à saúde, quanto fumar.

As pessoas sozinhas correm de três a cinco vezes mais risco de morrer de infarto e outros problemas do coração.

" Os solteiros são mais estressados, bebem muito álcool porque saem freqüentemente com os amigos, comem demais e trabalham além da conta ", justifica a psicóloga Ana Maria.

Como nem só de amor vive o homem, o número de bicicletas vendidas no país em um ano é dez vezes maior do que o de casamentos.

Foram mais de 5 milhões de " magrelas " comercializadas em 2005 — o Brasil é o terceiro mercado consumidor desse meio de transporte.

Para se ter idéia, o número de uniões civis foi de cerca de 450 mil no mesmo período.

Sobre o casamento, bem, uma pesquisa do IBGE revela que estamos nos casando cada vez mais tarde.

Em 1991, o homem se unia em matrimônio com 27 anos em média e a mulher, com 23,7.

Em 2002 a idade média deles subiu para 30,3 anos e a delas para 26,7 anos.

"Mas não pense que casar está fora de moda ".

Ao contrário, as pessoas cada vez dão mais valor aos relacionamentos, observa Elisabete Dória Bilac, socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos Populacionais da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A especialista explica que as mudanças de comportamento nos últimos anos tornaram as pessoas mais conscientes dos problemas decorrentes do matrimônio.

Daí elas se preparam, e muito bem, antes de assumir um compromisso.

" Um casamento não é mais uma obrigação social e, sim, uma escolha ", completa.

FAÇA OS DOIS.

Depois de tudo isso, a conclusão a que se chega é de que, para se levar uma vida realmente saudável, o melhor mesmo é casar-se e comprar uma bicicleta.

A atividade física só faz bem, pois reduz o risco de diversas doenças e, de quebra, aumenta a produção de serotonina, o hormônio da felicidade.

Um bom casamento alivia as pressões do dia-a-dia e, cá entre nós, nada melhor para viver feliz do que ter um grande amor.

Se é assim, por que não unir o útil ao agradável?

Chame seu parceiro para pedalar com você.

Assim vocês se divertem juntos, estreitam os laços e... cuidam da saúde!

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