sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A conquista amorosa.

É possível conquistar alguém deliberadamente?

A resposta é “depende”.

Depende da diferença entre aquilo que o conquistador tem para oferecer no início da conquista e daquilo que a pessoa a ser conquistada quer em um parceiro amoroso.

Quanto maior essa diferença menor é a chance da conquista.

Por exemplo, é muito mais fácil conquistar alguém do mesmo nível socio-econômico do que conquistar alguém de um nível muito acima.

Um exemplo mais concreto: é muito difícil um homem que tem pouca renda, pouca escolaridade e seja pouco atraente fisicamente conquistar uma mulher rica, formada em uma boa faculdade e muito bonita.

Para conquistar alguém com essas características, o conquistador teria que fazer faculdade, morar no exterior, se tornar milionário, aumentar vinte centímetros na altura e aí poderia usar técnicas de conquista.

Nada fácil, não é?

Talvez você esteja pensando naquelas exceções que ficaram famosas: a princesa de Mônaco que casou com o guarda-costas; a secretária que casou com o fundador de um dos maiores bancos do Brasil; a prostituta que casou com o cliente ricaço (só vi um caso assim naquele filme – Pretty Woman) e no rapaz que casou com a anciã da pá virada (o caso mais conhecido é a ficção que foi tema do filme “Ensina-me a viver”, que agora é peça de teatro, com a Glória Menezes.

Também saiu na mídia, recentemente, o caso real do rapaz argentino que casou com uma anciã, amiga da sua mãe.

A noiva morreu dias depois do casamento.

Essas exceções são raríssimas.

A melhor explicação do porquê elas são conhecidas e comentadas foi apresentada por uma jornalista: “As exceções são conhecidas de muita gente porque elas são notícia e objeto de fofocas.

Ninguém daria uma manchete do tipo: “Fulana se casou com alguém que era três anos mais velho que ela e ambos tinham o mesmo grau de escolaridade”.

Deu outro exemplo: “Quando uma mulher, que mora em um prédio, trai o marido com o jardineiro, todos falam. No entanto, ninguém fala de todas as mulheres, do mesmo prédio, que são fiéis a seus maridos!”.

Se você tem grandes diferenças em relação ao amado, em pontos importantes, vai ser muito difícil o relacionamento dar certo.

Acho que é muito mais fácil desapaixonar do que conquistar uma pessoa em tais condições (aliás, desenvolvi um procedimento que parece bastante eficaz para ajudar o desapaixonamento – vou escrever um artigo sobre ele no futuro).

É possível uma pessoa conquistar a outra quando as diferenças entre as suas características são pequenas.

Nesse caso, o conquistador pode fazer esforços para transpor essas diferenças, tais como: se esforçar para agradar a outra pessoa, melhorar a sua aparência através da ginástica e produção (vestuário, maquilagem, corte de cabelos etc.), destacar os seus méritos e omitir os seus defeitos e acentuar os seus sinais de gênero (acentuar as sua masculinidade ou feminilidade na presença da outra pessoa).

A conquista também depende bastante das táticas que serão usadas para se aproximar, despertar o interesse e calibrar as exibições de interesse para a pessoa que é o seu alvo (o “ tratamento quente e frio” - hora “dar bola ” e hora ignorar o pretendente, de uma forma imprevisível - é um exemplo desse tipo de tática:).

Existem algumas normas gerais que se aplicam a todas as conquistas e algumas normas específicas que variam de acordo com as características da pessoa que está sendo objeto da conquista.

Segundo David Buss, famoso pesquisador americano dos relacionamentos amorosos, na conquista as mulheres procuram exibir suas qualidades de procriadoras e os homens as suas qualidades de provedores.

Tudo isso deve ser feito de forma indireta e com “bom gosto” portanto, para elas, nada de decotes abissais e microssaias cujas barras quase se encostam nos decotes de suas blusas.

Para eles, nada de maços de dinheiro e dentes de ouro!.

Esse autor e seus associados perguntaram para universitários americanos o que eles fariam para conquistar alguém.

As mulheres disseram que caprichariam na aparência (regime, ginástica, vestuário, adornos e maquiagem).

Os homens mencionaram a exibição de posses (por exemplo, exibir o carrão e falar de conhecidos importantes) e qualidades úteis para obter posses (por exemplo, mencionar os planos de carreira e dar a entender que é batalhador).

Os resultados dessa pesquisa foram confirmados por diversas outras pesquisas que estudaram as características pessoais que aqueles que estavam procurando parceiros através de anúncios em jornais e revistas procuram ressaltar e que características buscavam nos parceiros.

Como esses anúncios geralmente são curtos, os anunciantes têm que selecionar aquilo que realmente acham importante para essas duas finalidades. Confirmando a pesquisa de Buss, nesses anúncios as mulheres mostraram mais propensão para descreverem os seus dotes físicos (“Em forma, magra, bonita, 60 kg”, por exemplo) e os homens para descrever suas situações financeiras (“Situação econômica estável, proprietário de rede de lanchonetes”, por exemplo).

Elas também mostraram uma maior propensão para destacar que só queriam relacionamentos sérios e eles que estavam desimpedidos de outros compromissos amorosos.

As medidas para atrair parceiros mais citadas, tanto pelos homens como pelas mulheres, nessa pesquisa de Buss e colaboradores, são as seguintes:

• Mostrar senso de humor.

• Arrumar-se bem.

• Ser simpática/o para os problemas dele/a.

• Mostrar boas maneiras.

• Tomar banho diariamente.

• Manter um bom preparo físico para criar uma aparência de saúde.

• Contar piadas para fazer homens / mulheres rirem.

Cada um de nós possui uma certa dose de habilidade para seduzir e para cativar um parceiro amoroso e uma série de características que podem ser consideradas mais ou menos convenientes para ele (por exemplo, uma determinada situação econômica, status social e círculo social).

A importância de cada uma dessas três características para conquistar uma pessoa também varia muito.

A vulnerabilidade de cada pessoa para cada uma dessas três características aponta o caminho para conquistá-la.

Esses três tipos de caminhos para a conquista estão relacionados com os estilos de amor identificados por John Allan Lee.

Os eróticos, por exemplo, dão muita importância para a sedução que é provocada pela beleza física para o quanto o parceiro se aproxima do seu protótipo de homem ou mulher.

Os estórgicos dão muita importância para o cativar: precisam sentir amizade antes que o amor possa nascer.

Os pragmáticos privilegiam as conveniências: precisam ser convencidos das vantagens práticas de se associarem com aquele parceiro; os maníacos se amarram naqueles que lhes provocam ciúmes.

Os agápicos se apaixonam por aqueles que geram oportunidades para que pratiquem o altruísmo. E os lúdicos se apaixonam por quase todos aqueles que ainda não conquistaram.

Stendhal (pseudônimo adotado pelo grande escritor francês Marie-Henri Beyle) propôs uma teoria para explicar como acontece o apaixonamento que, ainda hoje, está entre as mais bem-aceitas pelos estudiosos dessa área.

Segundo essa teoria, para que nos apaixonemos são necessários três requisitos:

• Admirar o parceiro

• Ter esperança da reciprocidade do seu interesse e de que o relacionamento amoroso com ele vai dar certo.

• Haver uma certa dose de insegurança sobre o seu interesse


Bonito, não é? Pratique essas descobertas e conquiste o seu grande amor.

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