quinta-feira, 28 de maio de 2009

Por que temos tanta dificuldade para assumir nossos atos.

Um dia, durante uma viagem, um rapaz olhou pela janela do quarto do hotel onde estava hospedado e viu duas cenas lá embaixo: dois garotos, talvez entre 8 e 9 anos de idade, andando pela rua na direção oposta ao hotes, ambos aparentemente aproveitavam o belo dia ensolarado. De repente, um dos garotos passou a perna direita na frente das pernas do amigo e girou o corpo para enganchar as pernas do outro, fazendo com que ele caísse na calçada com o rosto no chão. O nariz do garoto começou a sangrar instantaneamente, e sua bochecha direita estava arranhada. Ele rolou na calçada e começou a gritar de dor.
O garoto que o fez tropeçar olhou ao redor para ver se alguém havia testemunhado o que ele fizera. Satisfeito porque a área estava livre, ele tentou ajudar o amigo a se levantar, mas o garoto caído recusou a ajuda. Ele fez uma leve tentativa de puxar a mão do amigo e começou a chorar. Logo, alguns adultos apareceram por ali; um deles colocou um lenço no nariz do garoto e inclinou sua cabeça para trás para interromper o sangramento. Outro o ajudou a levantar-se.
Precisamente naquele momento, um terceiro garoto apareceu no local. Ele observou com desinteresse o que estava acontecendo e começou a conversar com o culpado. Alguns minutos depois os dois garotos foram embora. Enquanto eles caminhavam, o autor da façanha mostrava ao outro garoto como seu amigo tropeçara sobre os próprios pés. em câmara lenta, o garoto imitava repetidas vezes como o amigo tinha virado o pé, e como esse inocente erro tinha feito com que ele caísse no chão. Enquanto representava para o amigo como o " acidente " havia acontecido, ele também gesticulava para mostrar como o rosto do amigo tinha se arranhado na calçada e feito o nariz dele sangrar.
É evidente que ele estava criando uma outra história para aquilo que realmente acontecera. O garoto tentava se convencer de que ele era inocente. Era quase como se a explicação dele fosse um desejo de que o fato tivesse acontecido daquela maneira.
Ele não só machucou o menino, mas continuou mentindo sobre isso para o outro.
O motivo do garoto estar realmente negando a verdade, era que ele tinha problemas em aceitar as próprias ações. Por que temos tanta dificuldade para aceitar os nossos próprios atos que sabemos serem prejudiciais aos outros? Por que nos sentimos compelidos a mentir sobre soisas erradas que fazemos? Talvez a resposta para essas perguntas esteja nas bases éticas essenciais à natureza humana e também podem estar entrelaçadas em nosso DNA.

Extraído do livro : Determine a sua própria sorte.
Peter Morgan.
Editora Cultrix.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores