segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Todos podem ficar bonitos, mas bom senso é fundamental.

Beleza talvez não seja fundamental, mas respeitar os traços individuais e a diversidade cultural e étnica é um bom caminho para alcançá-la. Portanto, se você não foi agraciada pela natureza com uma beleza que vem de berço, a dermatologista Meire Gonzaga, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), dá uma notícia reconfortante: "Todo mundo pode melhorar a aparência, mas sem exageros nessa busca".

A profissional vai ministrar a palestra O Papel da Medicina Estética na Qualidade de Vida durante a Campanha Saúde da Mulher 2009, no dia 14 de novembro, evento realizado pelo Femme Laboratório da Mulher no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo. Para ela, é preciso ter em mente que, em qualquer procedimento estético, o paciente deve ficar, no mínimo, do mesmo jeito que estava antes, nunca pior e, muito menos, comprometer a saúde. "Cabe ao médico brecar pedidos inaceitáveis, que podem afetam a saúde e a estética. Exemplos de resultados desastrosos não faltam, e o mais representativo é o cantor Michael Jackson", afirma.

Que o diga também a personagem Linda Litzke (Frances McDormand), do filme Queime Depois de Ler (2008), dos irmãos cineastas Joel e Ethan Coen. Funcionária de uma academia de ginástica, ela topa tudo em busca de dinheiro para fazer várias cirurgias plásticas de uma vez. Com o sonho de se tornar "bonita e gostosa", Linda acaba no meio de uma rede de intrigas e mal-entendidos, com trapalhadas hilárias que envolvem até a CIA.

Nem sempre uma cirurgia plástica ou um creme caríssimo são as melhores opções para ficar bonita. Valorizar o que tem de melhor e tentar disfarçar o que não tem de bom é uma dica valiosa. "Se você não possui um cabelo bonito, mas conta com pernas maravilhosas, prenda o cabelo e use minissaia", ensina Meire. Segundo ela, a beleza depende muito da forma que a pessoa se enxerga. "Ver o seu melhor e mostrar isso é um grande passo para ser bela", afirma. E, é claro, usar filtro solar diariamente, ter uma alimentação saudável, fazer exercícios físicos e manter o bom humor são atitudes que ajudam muito a beleza - externa e interna.

Pontos positivos e negativos

Se, ao contrário, você procura nas cirurgias e tratamentos estéticos a solução de todos os problemas, tome cuidado. "As pessoas estão ficando muito parecidas. Além disso, deixam de valorizar seus traços pessoais em busca de um ideal de beleza que não é compatível com seu tipo físico", diz Meire. No Brasil, esse assunto ganha importância na mesma proporção que cresce a preocupação das mulheres com a beleza. Dados recentes da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) mostram que "turbinar" os seios, por exemplo, povoa o sonho de inúmeras brasileiras, já que o procedimento representa 21% das intervenções estéticas e ocupa o primeiro lugar no ranking de cirurgias plásticas no país.

"Mas nem sempre é possível alcançar os arquétipos de beleza", afirma. É claro que os padrões estabelecidos podem influenciar de modo positivo, já que a aparência é o cartão de visitas de uma pessoa. Mas o contrário também acontece com frequência e pode afetar a saúde física e mental da mulher. Os tratamentos estéticos, portanto, exercem papel primordial nesses casos. Como exemplo positivo, a dermatologista cita uma pele com acne, um problema que atinge diretamente a autoestima e como a pessoa se mostra à sociedade. "Se ela se tratar, pode evitar problemas de relacionamento afetivo e profissional, além de traumas", diz. O exemplo de influência negativa vem das mulheres maduras. "Tratar-se para melhorar a aparência é saudável, mas, quando a mulher não aceita envelhecer, pode cair no exagero e criar um visual incompatível com a beleza, já que busca um padrão inatingível", explica

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