terça-feira, 30 de junho de 2009

A importância de conhecer o mercado e o cliente.

Um desanimado vendedor de Coca-Cola volta de uma frustrada temporada em Israel.

Seu amigo lhe pergunta:
- Por que você não conseguiu ter sucesso com os israelenses?

O vendedor lhe disse:

- Quando eu fui designado para o Oriente Médio, eu estava confiante de que conseguiria vender muito bem nas áreas rurais. Mas havia um problema, eu não sei falar hebraico. Então, pensei em criar uma sequência de três cartazes para transmitir minha mensagem de vendas.



Primeiro cartaz: - Um homem caído na areia do deserto... totalmente exausto, a ponto de desmaiar.
Segundo cartaz: - O homem está bebendo Coca-Cola.
Terceiro cartaz: - Nosso homem, agora completamente recuperado.

Então, mandei afixar estes cartazes em todos os lugares.

- Bem, me parece que isso deveria ter funcionado muito bem - disse-lhe o amigo.

O vendedor respondeu :
- Eu só não sabia que os judeus lêem da direita pra esquerda ...!!!

Recebi de Márcia Camporezi - 26/06/2009

sábado, 27 de junho de 2009

Sorte, técnica e persistência.

A grande jogada

Às vezes você escolhe o caminho mais improvável. Mas acredita
tanto que pode chegar lá, que acaba mesmo chegando. Sorte,
técnica e persistência: nas páginas seguintes, PODER
revela a história de três empreendedores que driblaram todas as dificuldades
e, como Nilmar, fizeram também o seu golaço

Algumas pessoas enxergam oportunidades que mesmo quem já atua no mercado não vê. Elas conseguem interpretar a realidade de uma maneira peculiar e única e antecipam uma tendência ou movimento muito antes dela ocorrer. E quando essa demanda se torna real, voilá, lá estão elas, sinônimos do nicho, quase com status de marca.

Não que elas necessariamente criem coisas novas, mas, ao perceber novos usos para coisas que já existem, dando uma outra roupagem e todo um conjunto de significações e possibilidades, respondem a um desejo adormecido. E é justamente nesse pulo de gato que pessoas aplicam o conceito mais palpável da inovação. Como a Apple com o iPod. Steve Jobs não inventou os tocadores de MP3. A tecnologia para isso já existia. Mas ao facilitar o uso desses aparelhinhos, tornando-os mais intuitivos a ponto de qualquer mortal conseguir usar, a empresa lançou um produto que se tornou objeto de desejo.

PODER ouviu três histórias inspiradoras de pessoas que, por meio da inovação, conseguiram conquistar seu espaço e desbravaram um mercado que hoje, depois delas, parece muito óbvio.

ANTENA PARABÓLICA
Foi graças a um olhar mais apurado que os dois irmãos Coser, Arri e Jair, da pequena Encantado, na Serra Gaúcha, perceberam uma oportunidade no mercado de alimentação fora de casa: grandes churrascarias em centros urbanos, em locais de intenso fluxo de passagem, com serviços e qualidade diferenciados por um preço fixo. Pode parecer meio banal hoje em dia, mas, até o começo da década de 80, churrascaria era coisa de beira de estrada, de caminhoneiro. E eram raros os restaurantes desse tipo que ofereciam o sistema “espeto corrido”, uma contribuição da comunidade italiana ao jeito gaúcho de fazer e, principalmente, de servir churrasco – mais conhecido como rodízio, popularizado pela dupla.

Aos 14 anos, Arri colocou a mochila nas costas e foi atrás de seu irmão mais velho, o ex-seminarista Jair, que trabalhava em uma churrascaria em Aparecida, a 170 quilômetros da capital paulista. Um dos cinco filhos de um pequeno agricultor, Arri já tinha trabalhado como mascate, trocando sacos de soja por carne e farinha por verdura no mercado de sua cidade natal. Trabalhara também no roçado de propriedade da família, mas queria ir além das fronteiras do Rio Grande do Sul. No interior de São Paulo, onde morou por um ano, lavava pratos e servia mesas.

Observando erros e acertos, os irmãos foram alinhavando o que queriam fazer da vida: ter seu próprio negócio, no ramo de alimentação. Era só uma questão de oportunidade. E não demoraria muito para ela aparecer. Os dois, então, decidiram tentar a vida no Rio de Janeiro, onde moraram por três anos e pensaram em abrir o negócio, que não foi para a frente por causa dos altos custos da capital fluminense.

De férias no Sul, em 1979, Jair foi visitar uma irmã que morava em Porto Alegre. Andando pelo bairro Cavalhada, num eixo de ligação entre as zonas norte e sul da cidade, ele reparou que uma churrascaria recém-inaugurada, a Fogo de Chão, estava à venda. Eles não tinham dinheiro para tanto, mas arrendaram o local com a ajuda do pai – que emprestou metade de suas economias – e de outros dois sócios. Detalhe: Jair tinha 22 anos e Arri, 17. “Éramos quatro sócios e fazíamos rodízio nas funções. Eu preparava o churrasco numa semana, as compras na seguinte, cuidava dos serviços administrativos na terceira, e era maître na quarta. A gente trabalhava muito. Passamos três anos assim e essa foi a melhor faculdade que tivemos, pois pagávamos por nossos erros”, conta Arri, que não cursou mais do que a sexta série do ensino fundamental.

O sucesso entre os gaúchos, público exigente ainda mais tratando de churrasco, veio a galope. E era comum que visitantes de São Paulo pedissem a abertura de um restaurante na capital. Depois de alguns anos, resolveram seguir o conselho da clientela, de olho no potencial de mercado. “Em 1986 íamos abrir a primeira Fogo de Chão em Moema, localizada numa avenida com grande fluxo de pessoas, em São Paulo. Estávamos muito endividados com a obra, mas demos sorte”, lembra Arri. O que ele chama de sorte é conhecido como Plano Cruzado – aquele do ministro da Fazenda Dilson Funaro, que durante o governo Sarney congelou preços, aumentou o poder de compra dos trabalhadores com os gatilhos salariais e terminou provocando desabastecimento geral. Com a falta de carne, os irmãos Coser não sofreram. Graças a conhecidos na fronteira com a Argentina, a Fogo de Chão não só conseguiu atender ao boom do consumo como pôde até vender o próprio excedente. “Não deixamos faltar produto e, mesmo com uma grande demanda, conseguimos manter o serviço e a qualidade.”

“Nosso maior talento sempre foi observar o que havia e antecipar o que aconteceria no mercado”, afirma Arri. “E muitas horas de trabalho”, complementa. Foi assim também que introduziram novidades como o salão com ar-condicionado, a carta de vinhos, o bufê de saladas. E viraram referência da categoria no Brasil e nos Estados Unidos, onde Jair toca 16 restaurantes, mais que o dobro das seis lojas daqui. “Eu não inventei a roda, mas faço ela girar.”

O DONO DA HISTÓRIA
Nada como um desafio para dar o start. No caso do carioca radicado em São Paulo Rodrigo Teixeira foi um ultimato da mãe, que voltou a morar no Rio de Janeiro e deu prazo de um ano para que os dois filhos arrumassem a vida na capital paulista ou voltassem para o Rio. Ele tinha 21 anos e foi trabalhar em um banco de investimentos. Aguentou por oito meses. “Eu era um bom vendedor”, conta, “mas queria trabalhar com cinema.”

Apaixonado por futebol, um dia ele leu na coluna de Juca Kfouri que faltavam boas histórias sobre o esporte. Resolveu que este seria seu primeiro projeto, o Camisa 13, uma coletânea de livros (e, futuramente, documentários) relacionados aos principais times brasileiros. Foi consultar o jornalista, que lhe disse que o projeto era um sonho – mas seria muito difícil concretizá-lo.

Quase dois anos depois, a irmã de Rodrigo, que trabalhava no restaurante Ritz, lhe deu o cartão de Paulo Machline, herdeiro do (extinto) grupo Sharp, que havia rodado o curta- metragem de ficção Uma História de Futebol, sobre Pelé, indicado depois ao Oscar.

Teixeira marcou uma reunião com ele no dia seguinte e não só conseguiu o patrocínio, como também um escritório para trabalhar e um laptop da Apple como prêmio pela ideia. Aos 23 anos, ele havia acabado de ler Estrela Solitária, biografia de Garrincha feita por Ruy Castro e decidiu convidá- lo a escrever a primeira história. Ligou para o escritor e lhe falou sobre o projeto, convocando-o a assumir o livro do Flamengo, seu time de coração. Castro o chamou para ir ao Rio e se espantou com a pouca idade de Teixeira. Ainda assim, o escritor, empolgado com a proposta, aceitou fazer o livro. “Daí perdi o medo de falar com os autores e adquiri mais confiança”, recorda.

No dia seguinte ao lançamento do Camisa 13, a Editora Abril colocou no mercado um projeto semelhante de revistas, que não teve o mesmo sucesso. “Aprendi que o direito autoral, quando endossado por uma grande assinatura, é reconhecido pelo público e vale tanto quanto uma grande marca, como Coca-Cola.” Patrocinado pela Brasil Telecom, o projeto se desenvolveu. Um dos filhotes, a ficção escrita por Mário Prata sobre o Palmeiras, foi vendido para o cineasta Luiz Carlos Barreto e baseou o filme O Casamento de Romeu e Julieta, um sucesso de bilheteria com quase um milhão de espectadores.

A partir da aquisição de direitos autorais, Teixeira criou seu modelo de negócio, o de explorar as histórias em diferentes mídias. Também desenvolvido dentro desse conceito, o filme sobre o jogador de futebol Heleno de Freitas deve começar a ser rodado em 2010, em parceria com o diretor José Henrique Fonseca e Rodrigo Santoro, que será codiretor. “O direito autoral sobrevive à tecnologia, que muda a forma de distribuição, mas não o conteúdo.”

O sucesso, no entanto, não veio sem alguns percalços. Como o sequestro de um dos autores do Camisa 13, o publicitário Washington Olivetto, autor da história sobre o Corinthians ( junto com o jornalista Nirlando Beirão), que vendeu mais de 70 mil exemplares; e a morte de Roberto Drummond, que estava escrevendo a história do Atlético Mineiro. Mais tarde, Teixeira aprendeu que partilhar os riscos com os colaboradores nem sempre é uma boa ideia. “Chamei um time de pessoas e rodei uma série de documentários. A coisa não foi pra frente porque na época isso era inviável. Perdi dinheiro, mas lidar com a frustração de quem acreditou nesse projeto foi pior.” Hoje, ele prefere remunerar os escritores, que, cientes do risco do projeto não vingar, não compartilham o risco, só o sucesso. Pode-se dizer que Teixeira também derrapou por excesso de confiança. Numa ocasião, comprou os direitos do Noites Tropicais, de Nelson Motta, por dois anos. A ideia era organizar um festival de jazz. “Eu tive oportunidade de vender o evento, mas resolvi fazer por conta própria e não consegui.” Pra fazer um golaço, às vezes você chuta pra fora – é assim mesmo.

Teixeira foi coprodutor de O Cheiro do Ralo, uma adaptação da história de Lourenço Mutarelli. “Tentamos captar recursos por um ano, em vão, então eu e um pool de pessoas o financiamos. Tivemos a colaboração de todos os profissionais que trabalharam no filme e muitos atores o fizeram até de graça”, conta. “Aprendi que se desenvolvesse os melhores conteúdos, eu teria os melhores profissionais atrelados ao projeto.”

Na seara literária, Rodrigo Teixeira está colocando de pé uma nova coleção – “Amores Expressos”, em que cada um dos 17 autores passou um mês em uma metrópole do mundo com a incumbência de escrever uma história de amor ambientada no local. Teixeira acompanha agora o lançamento dos dois primeiros livros da série: O Filho da Mãe, de Bernardo Carvalho, e Cordilheira, de Daniel Galera. Todos os livros serão lançados pela Companhia das Letras. “Esse projeto me credenciou internacionalmente”, diz, “e penso que essa é uma boa hora para desembarcar nos EUA”.

Durante um show de Mônica Salmaso, em que ela interpretava músicas de Chico Buarque, Teixeira teve outro de seus insights: contos baseados nas letras do compositor, que renderam um longa-metragem, baseado na música “Olhos nos Olhos”; uma proposta de série de TV e dois shows. Difícil mesmo foi o encontro com o compositor, em que o produtor cultural suava de tão nervoso. “O Chico te olha e te derruba. Ele te fita dentro do olho. Comecei a gaguejar. Num determinado momento eu disse que tive a ideia durante um show da cantora. Ele abriu um sorriso porque o link foi imediato. E contou que estava fazendo um livro [O Leite Derramado], baseado numa música, que é “O Velho Francisco”. Fechamos o negócio.”

A santa Nossa Senhora de Fátima que do criado-mudo olha para Teixeira todos os dias é a única superstição desse católico não praticante. “Sorte existe, mas acredito em obstinação. Teve milhões de momentos em que eu poderia ter desistido, mas não desisti.”

A MODA COMO ELA É
Scott Schuman já trabalhava com moda há 15 anos – na área de marketing, vendas, publicidade e representação comercial de novos estilistas como James Coviello e Peter Som. Schuman teve de fechar seu showroom em 2005 e passou a se dedicar a um projeto que há tempo vinha matutando: fotografar a moda usada nas ruas, quase sempre adicionando comentários positivos ou pequenas entrevistas. “Eu sentia que havia muito distanciamento entre as criações dos estilistas e o que eu via as pessoas usando, e achei que esse era um ponto de vista interessante”, conta. “Meu desafio era conseguir capturar com a lente a forma romântica com que enxergava essas pessoas. Superado esse desafio técnico, eu sabia que tinha chance de me sair bem.”

O blog The Sartorialist começou como um hobby em setembro de 2005. E não demorou muito para lhe render frutos. Schuman se tornou referência de fotografia de moda, em especial a de rua, e foi convidado a comentar os desfiles masculinos da semana de moda de Nova York na Style.com, site da Condé Nast, além de colaborar com a famosa revista GQ.

Recentemente, Schuman esteve no Brasil para fotografar a nova campanha do Shopping Cidade Jardim. “Quanto mais você trabalha duro, mais sorte dá. Quando viro uma esquina e vejo uma produção incrível, eu acho que é sorte. Mas isso não valeria de nada se eu não estivesse pronto para fotografar.”

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Anúncio para arrumar namorada.

Matéria publicada em um jornal de circulação diária, do Estado do Ceará

Leia também a resposta da pretendente:


Homem descasado procura...

Homem de 40 anos, que só gosta de mulher, vem através deste anúncio, procurar
mulher que só goste de homem, para compromisso duradouro, desde que esta
preencha certos requisitos.
O PRETENDIDO exige que a PRENTENDENTE tenha idade entre 28 e 40 anos, não
descartando, evidentemente, aquelas de idade abaixo do limite inferior,
descartando as acima do limite superior.

Deve ter um grau razoável de escolaridade, para que não diga, na frente de
estranhos: 'menas vezes', 'vamo de a pé'... e semelhantes.
Os olhos podem ter qualquer cor, desde que olhem para uma mesma direção.

Os dentes devem permanecer na boca ao deitar e nunca dormirem mergulhados num
copo d'água.

Os seios devem ser firmes, cujos mamilos olhem sempre para o céu, quando muito
para o purgatório, nunca para o inferno. Devem ter consistência tal que não
escapem pelos dedos, como massa de pão.

A barriga, se existir, muito pequena e discreta, e não um ponto de referência.

O PRETENDIDO exige que a PRETENDENTE seja sexualmente normal e exige que
durante o ato sexual a PRETENDENTE não boceje, não ria, não fique vendo as
horas no rádio relógio, não durma ou cochile.

A PRETENDENTE deverá ter um carro que ande ou que tenha dinheiro para o táxi,
uma vez que pela própria idade do PRETENDIDO, ele não tem mais paciência para
levar namorada de madrugada para casa. Enviar cartas com foto recente, de corpo
inteiro, frente e costas, da PRETENDENTE, para a redação deste jornal, para o
codinome:

Assinado: CACHORRO MORDIDO DE COBRA, TEM MEDO ATÉ DE BARBANTE.





Resposta da Pretendente, publicada dias após, no mesmo periódico Cearense:

Prezado HOMEM DESCASADO:

Li seu anúncio no jornal e manifesto meu interesse em manter um compromisso
duradouro com o senhor, desde que (é claro) o senhor também preencha outros
'certos' requisitos que considero básicos!

Quanto à idade convém ressaltar que espero que o senhor tenha a maturidade dos
40 anos e o vigor dos 28.

Seus olhos podem ser de qualquer cor desde que vejam algo além de jogos de
futebol e revistas de mulher pelada.

E seus dentes devem sorrir mesmo quando lhe for solicitado que lave a louça ou
arrume a cama.
Não é necessário que seus músculos tenham sido esculpidos pelo halterofilismo,
mas que seus braços sejam fortes o suficiente para carregar as compras.

A barriga, que é quase certo que o senhor a tenha, é tolerável, desde que não
atrapalhe para abaixar ao pegar as cuecas e meias que jamais deverão ficar no
chão.

Quanto ao desempenho sexual espera-se que corresponda ao menos polidamente à
'performance' daquilo que o senhor 'diz que faz' aos seus amigos!

Em relação ao carro, tornam-se desnecessários os trajetos durante a madrugada,
uma vez que, havendo correspondência nas exigências que por ora faço, pretendo
mudar-me de mala e cuia para a sua casa, meu amor!!!

Assinado: A COBRA.

Recebi de Deyse Burgos. 10/02/2009.

Vôo da Air France.

Aproveite bem o seu dia


Aí um dia você toma um avião para Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôo da Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer a melhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha para a morte no meio do Oceano Atlântico. Sem que você perceba, ou possa fazer qualquer coisa a respeito, sua vida acabou.
Numa bola de fogo ou nos 4 000 metros de água congelante abaixo de você naquele mar sem fim. Você que tinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones de ouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segunda taça de vinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos. Talvez você tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminava ali. Talvez você nem tenha tido a chance de se dar conta disso. Fim.

Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios.
Como se jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou de expandir os negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade de expressar esse amor. Seu medo da velhice, suas preocupações em relação à aposentadoria. Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chances de sobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras a cada seis meses. Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você depende mais do que imagina, um dia lhe deixe. Ou pior: que permaneça com você infeliz, tendo deixado de amá-lo. Seus sonhos de trocar de casa, sua torcida para que seu time faça uma boa temporada. Suas noites de insônia, essa sinusite que você está desenvolvendo, suas saudades do cigarro. Os planos de voltar à academia, a grande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos amores e dos ódios que você angariou e destilou pela vida, as dezenas de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para resolver assim que tivesse tempo. Bastou um segundo para que tudo isso fosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhe pesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não volta a acender mais. Fim.

Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer.
Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultive amarguras e sofrimentos. Reflita a sua conduta para com as pessoas. Valorize as suas conquistas. Prefira o sorriso, faz bem a você e aos que estão ao seu redor. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores bons. Seja feliz. Hoje.
Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. No fundo, só existe o hoje e o que você deixará no "amanhã".

Por fim, agradeça a Deus simplesmente por você existir.

Recebi da Márcia Martinez. 17/06/2009.

Inversão de valores.

Carta enviada de uma mãe para outra mãe em SP, após noticiário na tv:

- DE MÃE PARA MÃE:

Vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM em São Paulo para outra dependência da FEBEM no interior do estado.

Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela transferência.
Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação que você, contam com o apoio de Comissões Pastorais, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, ONGs, etc...
Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender seu protesto. Quero com ele fazer coro.
Enorme é a distância que me separa do meu filho.
Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família...
Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que
desempenha para mim importante papel de amigo e conselheiro espiritual.
Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma vídeo-locadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite.
No próximo domingo, quando você estiver abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo...
Ah! Ia me esquecendo: e também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranqüila, viu? que eu estarei pagando de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na última rebelião da Febem.
No cemitério, nem na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante destas 'Entidades' que tanto lhe confortam, para me dar uma palavra de conforto, e talvez me
indicar 'Os meus direitos' !'

Recebi de Kátia Leiko Higa. 24/06/2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Descontração, um dos segredos da longevidade.

Há 14 anos, Thomas Perls, professor e pesquisador da Universidade de Boston (EUA), estuda pessoas longevas, um dos segmentos da população que mais cresce no mundo - especialmente em nações desenvolvidas. O estudo mais recente do geriatra, que comanda o New England Centenarian Study, identificou características comuns aos filhos de centenários: eles são mais extrovertidos e menos neuróticos do que a média da população, sabem lidar melhor com o stress e são menos solitários e deprimidos. O objetivo era entender o efeito que a personalidade de uma pessoa exerce sobre a duração de sua vida. Perls, que estará no Rio no próximo dia 25 para uma conferência sobre qualidade de vida, falou a VEJA.com sobre suas descobertas.

Por que analisar as características dos filhos das pessoas que ultrapassaram a barreira dos cem anos, e não os centenários em si?
Apenas 20% dos centenários são inteiramente lúcidos. Os demais apresentam deficiências, principalmente de memória, de intensidades variadas. Isso não significa que não seja maravilhoso ser um centenário, já que é comprovado que a maioria deles só sofre de males ligados ao envelhecimento, como as doenças cardiovasculares, os acidentes vasculares cerebrais e a diabetes, depois dos 95 anos. Mas, em relação às faculdades mentais, seus filhos, que têm entre setenta e oitenta e poucos anos, são mais plenos. Além disso, sabemos que os descendentes de centenários seguem os passos de seus pais no que diz respeito a envelhecer lentamente - as chances de eles sofrerem de doenças relacionadas à idade são até 60% menores, se comparadas às de pessoas nascidas na mesma época.

Quais foram os resultados do estudo?
A principal constatação, que nos deixou surpresos, é o quanto os filhos de centenários são diferentes da população em geral. Com base na análise da personalidade de 250 deles, de diferentes famílias, descobrimos que eles são muito mais extrovertidos e apresentam comportamentos muito menos neuróticos do que os indivíduos em geral.

Getty Images. Na prática, o que isso significa?
Em relação à extroversão, significa que eles têm mais facilidade para estabelecer relacionamentos importantes e saudáveis, que os estimulam intelectualmente e os tornam menos sozinhos e deprimidos - os centenários e seus filhos tendem a ser muito sociáveis e divertidos e costumam ter muitas pessoas ao redor. No que diz respeito ao comportamento neurótico, significa que eles lidam bem com situações de stress, que são capazes de superá-las com facilidade. E o stress, é tido como um dos importantes fatores de aceleração do envelhecimento, sendo associado a doenças do coração, à pressão alta e aos derrames.

Há diferença entre homens e mulheres?
Normalmente, os homens e as mulheres têm personalidades bem diferentes. Mas, no caso estudado, eles se mostraram surpreendentemente semelhantes. Exceto para amabilidade, quesito no qual as mulheres obtiveram uma pontuação um pouco mais alta, os resultados para os dois gêneros foram bem parecidos. Isso pode sugerir que os homens que vivem mais tendem a ser mais parecidos com as mulheres, em termos de personalidade.

Além da personalidade, que outros fatores são determinantes para uma pessoa viver até os cem anos?
Cerca de 80% da nossa capacidade de viver até perto dos 90 anos - dez anos a mais do que a expectativa média de vida nos EUA e no Canadá - está relacionada a hábitos saudáveis. Pessoas que fumam, comem muita carne vermelha, são obesas, sedentárias ou não administram bem situações de stress morrem aproximadamente dez anos mais jovens do que aquelas que levam uma vida saudável. Mas aquelas que vivem mais do que 90 anos, além de manter hábitos saudáveis, têm, na maioria das vezes, um retrospecto de longevidade excepcional na família.

Getty Images. Uma pessoa é capaz de ajustar sua personalidade para viver mais?
Eu não saberia dizer. Mas acho que se pode aprender muito a partir das características dos filhos de pessoas longevas, de forma a compensarmos predisposições negativas. É o caso de aprender a lidar melhor com situações de stress. O importante não é exatamente a quantidade de stress que você tem na sua vida, mas, sim, como você o administra. Praticar exercícios físicos, meditar, fazer ioga, rezar, estar com a família e até mesmo saber quando parar e respirar fundo podem ajudar muito a minimizar o impacto do stress para a saúde.

Como surgiu a ideia para o estudo?
Assim que começamos a estudar os centenários, em 1994, notamos que eles eram pessoas com uma extraordinária habilidade de lidar com situações estressantes. Desde então, tentamos entender o porquê disso. Os testes de personalidade que aplicamos nos filhos dos centenários, cujos resultados publicamos na revista da Sociedade Americana de Geriatria, são parte desse esforço.

Dr. Thomas Perls. Revista Veja 24/06/2009.

Educação, Amor e Ética.

Professor: Hora de recarregar a bateria!!

A educação escolar no Brasil ficou muito tempo em torno do seu próprio umbigo, sem se dar conta do quanto ela estava se tornando obsoleta em relação ao mercado de trabalho e ao mundo.

Dizem que é errando que se aprende. Mas a educação errou tanto e por tanto tempo e não aprendeu. Isso porque simplesmente manteve o erro em vez de corrigi-lo. A passividade do continuísmo do insatisfatório levou o Brasil ao que estamos reduzidos hoje: somos um dos últimos classificados do mundo no ranking da educação escolar, apesar do nosso PIB estar entre as 10 maiores do mundo.

Numa simples leitura, o Brasil está mais rico do que educado. Mas existe a grande massa da população que é pobre e sem a educação formal que a capacite ao trabalho mais elaborado que o braçal. Essa massa tem cinco filhos por família, gerando mais pobreza e mais exclusão, enquanto os que ganham mais de cinco salários mínimos têm um ou dois filhos por família, ou seja, acabam concentrando a riqueza.

Ultimamente os professores têm sido responsabilizados pelos pais para educarem os seus filhos, numa sobrecarga que não lhes compete. Cobra-se também deles uma educação perfeita, sem que lhes forneça o mínimo de material necessário, de formação atualizada, de valorização pessoal, de salário compatível com a sua importância na construção de uma sociedade saudável. Há muitas verdadeiras madres terezas da educação nos grotões e bolsões de pobreza que até lápis quebram ao meio para que mais alunos possam ao menos aprender a escrever...

Ninguém quer ser professor, muitos querem ser políticos. Até mesmo alguns "caçados" não abandonam a política, enquanto professores competentes abandonam suas carreiras para poderem sobreviver financeiramente.

A noite de melatonina é necessária para combater o estressante dia do cortisol. As férias são necessárias para as jornadas de trabalho. E as de julho já batem nas portas dos professores. O meu maior desejo é que cada professor tivesse as férias dos seus sonhos, junto às pessoas queridas, com tudo pago, desde os preparativos até o álbum de recordações. Que descansassem as mentes com atividades lúdicas, culturais, baladas, festas, passeios, restaurantes, shows, e tudo mais que tivessem vontade na hora... Não custa sonhar, nem desejar o bem às pessoas que merecem.

Entretanto, as férias podem também ser usadas para complementação das atividades que não têm espaço no cotidiano letivo. Todos precisam nutrir seus corpos e mentes através de exercícios fisiológicos e psicológicos como andar, dormir, alimentação saudável, passear por parques, visitar museus, ir a cinemas e teatros, envolvendo principalmente os filhos no que for possível.

Praticar a filosofia de vida da ALTA PERFORMANCE: em tudo, fazer e pensar o melhor possível. Para a ação, usar os conhecimentos atualizados e, para o pensar, o seletor de pensamentos. Ninguém controla a fonte de pensamentos, mas é possível e desejável alimentar os melhores e deletar os que podem prejudicar outras pessoas e o nosso planeta. Todos querem e até pensam fazer o melhor, mas nem todos o fazem por não estarem atualizados.

Como diz Cristovão Buarque, ex- ministro da Educação, educacionista é a pessoa que acredita na educação como um dos pilares da recuperação do Brasil. Todos os professores poderiam nestas férias despertar o educacionismo profundamente adormecido dentro de si, ou até mesmo recuperá-lo do coma que entrou por tanto descaso que sofreu.

As férias são das aulas, mas a mente e o corpo não devem parar de aprender e se movimentar nunca.

Içami Tiba.

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